Diagnosticadas com esclerose múltipla realizam treinamento aquático na Unimes
Programa reúne cerca de 25 mulheres, que buscam melhorias na qualidade de vida
Cerca de 35 mil brasileiros convivem com a esclerose múltipla, doença neurológica que compromete principalmente a coordenação motora. Na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), um grupo de 25 pessoas com o diagnóstico passa por um treinamento aquático gratuito, realizado pelo corpo docente do curso de Educação Física. As aulas são realizadas às segundas (turma de 15h20 e 21h10) e quartas (16h00 e 20h00), na piscina da FEFIS, no Campus Rosinha Viegas (Av. Conselheiro Nébias, nº 536, Encruzilhada, Santos).
Durante o programa, as participantes encaram o desafio de fazer exercícios de força na piscina, simulando um treinamento de musculação. “Como eles não têm equilíbrio, o meio aquático diminui o peso corporal da pessoa, o que facilita na prática do exercício”, explica o coordenador do programa Cláudio Scorcine, docente de Educação Física da Unimes.
Exemplo de superação é o da autônoma Ana Laura, de 33 anos. Diagnosticada em 2013, ela entrou no programa em busca de melhorar suas capacidades motoras perdidas com a esclerose. “Fizemos a primeira aula. O treinamento é incrível, porque me permite fazer movimentos mesmo com a minha dificuldade”, relata ela, destacando as vantagens dos exercícios. “Como faço academia com supervisão, ainda sinto dificuldades em praticar no solo. Dentro d´água, a gente se sente bem mais leve, fica mais fácil de praticar uma atividade física”, avaliou.
O objetivo, segundo o professor, é identificar os benefícios das práticas no dia a dia das diagnosticadas com EM. “Queremos investigar se um treinamento de força num meio aquático pode melhorar aspectos como a locomoção, fadiga muscular e até a capacidade neurológica daqueles que convivem com a doença”, acrescenta, Cláudio Scorcine, que supervisiona o programa ao lado da neurologista Drª Yara Dadalti Fragoso, docente titular do Mestrado de Saúde e Meio Ambiente.
Um dos principais fatores limitantes de uma pessoa com esclerose é a fadiga, causada por um mal funcionamento entre o sistema nervoso e o sistema muscular. O cérebro envia uma informação, que não chega nas unidades motoras responsáveis por executar a ação esperada. “Por isso, a pessoa que convive com a doença tem dificuldade nesse recrutamento, causando um cansaço excessivo durante a execução de tarefas simples do dia-a-dia, e o exercício”, completa Scorcine.